terça-feira, 23 de novembro de 2010

Muita água, pouca água

Agência FAPESP – No encerramento do mês em que se comemorou o Dia Mundial da Água (22/3), a Agência Nacional de Águas (ANA) apresentou a primeira edição do Relatório de Conjuntura dos Recursos Hídricos no Brasil.
A quantidade e a qualidade das águas brasileiras e a situação da gestão desses recursos até 2007 estão detalhadas na publicação, que deverá ser atualizada anualmente.
São apresentados dados e informações sobre precipitação, disponibilidade de águas superficiais e subterrâneas, eventos críticos, saneamento ambiental, irrigação, hidroenergia, navegação, evolução de aspectos legais e institucionais e recursos e aplicação financeira do setor.
O relatório destaca que a produção de energia elétrica instalada no Brasil cresceu pouco mais de 4% entre 2006 e 2007 e que o país conta com 28.834 quilômetros de águas navegáveis, sendo que desses apenas 8,5 mil quilômetros são navegáveis durante todo o ano – dos quais cerca de 5 mil estão na bacia Amazônica.
Estima-se que a área irrigada no Brasil seja de 4,6 milhões de hectares, o que representaria um crescimento de 50% em dez anos, a uma taxa de cerca de 150 mil hectares por ano. O país está em 16º lugar no ranking mundial, detendo pouco mais de 1% da área total irrigada no mundo.
A vazão de retirada para usos que consomem água, em 2006, foi de 1.841m³/s. Comparando esse valor com a estimativa feita para o ano de 2000 (1.592m³/s), identificou-se um acréscimo de 16% na vazão de retirada total no país.
O setor de irrigação é o que conta com a maior parcela de vazão de retirada (cerca de 47% do total). Para o abastecimento urbano são reservados 26% do total, 17% para indústria, 8% para pecuária e apenas 2% para abastecimento rural.
As regiões Amazônica, do Paraguai, do Tocantins-Araguaia e Atlântico Nordeste Ocidental apresentam situações bastante confortáveis quanto a demanda e disponibilidade, com mais de 88% de seus principais rios classificados como “excelente” e “confortável”. Na região do São Francisco, 44% dos principais rios estão na categoria “muito crítica”, “crítica” ou “preocupante”.
Dos 5.564 municípios brasileiros, 788 (14%) tiveram decretada situação de emergência devido à estiagem ou seca em 2007. De todos os municípios, 176 (3%) tiveram decretada situação de emergência devido a enchentes, inundação ou alagamentos.
Para o total de pontos em que foi feito o monitoramento com o Índice de Qualidade da Água (IQA) em 2006, observou-se uma condição ótima em 9% dos pontos, boa em 70%, razoável em 14%, ruim em 5% e péssima em 2%.
Com relação à assimilação de carga orgânica, as principais áreas críticas se localizam nas bacias do Nordeste, rios Tietê e Piracicaba (São Paulo), rio das Velhas e rio Verde Grande (Minas Gerais), rio Iguaçu (Paraná), rio Meia Ponte (Goiás), rio dos Sinos (Rio Grande do Sul) e rio Anhanduí (Mato Grosso do Sul).

Acesso:23/11/2010

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