terça-feira, 28 de setembro de 2010

Gestão dos Recursos Hídricos Transfronteiriços

Boa tarde,
Segue o resumo  do Capítulo 6, referente a "Gestão dos Recursos Hídricos Transfronteiriços", do Relatório de Desenvolvimento Humano de 2006.
Boa leitura à todos!! :)

"A água constitui o ponto fulcral da interdependência humana de qualquer país — um recurso partilhado que serve a agricultura, a indústria, os consumidores domésticos e o meio ambiente. Uma boa gestão nacional dos recursos hídricos pode conduzir a um equilíbrio entre estes consumidores concorrentes entre si. Mas a água também é um recurso bastante fugidio. Os países bem podem legislar sobre a água como se ela fosse um bem nacional, mas o facto é que este recurso atravessa fronteiras políticas sem precisar de passaporte, através de rios, lagos e aquíferos. As águas transfronteiriças estendem a interdependência hidrológica para além das fronteiras nacionais, ligando consumidores de diferentes países dentro de um sistema partilhado. Gerir essa interdependência constitui um dos grandes desafios de desenvolvimento humano que a comunidade internacional enfrenta."
O texto possui várias ilustrações e dados atualizados sobre a temática abordada.

Disponível em: http://hdr.undp.org/en/media/07-Chapter6_PT1.pdf. Acesso em 28 de set. de 2010.

Recomendação de Leitura


Hoje o blog vem com a proposta de divulgar um livro bastante interessante do Professor José Galizia Tundisi. 'ÁGUA NO SÉCULO XXI: ENFRENTANDO A ESCASSEZ' trata da problemática dos recursos hídricos a nível internacional e nacional.
O livro aborda os mais variados aspectos da água como a degradação da qualidade da água, a atual situação dos recursos hídricos no Brasil, os impactos sofridos pelo recurso, e a necessidade de planejamento e gestão dos recursos hídricos aliados aos avanços na legislação e descentralização de ações.
O Professor Tundisi, tem vasta experiência no assunto e esse trabalho aborda com riqueza de informações os diversos aspectos relacionados com a água. Certamente é uma obra que pode ter grande contribuição na formação dos profissionais da área.

Nível do rio Negro cai e chega a 17,08 metros.

O ritmo da descida do rio Negro diminui neste fim de semana. Da média dos últimos quinze dias, de cerca de 20 centímetros por dia, começou a descer pela metade desde a sexta-feira. Hoje, o rio alcançou 17,08 metros, e está 3,44 metros acima da marca registrada na maior estiagem registrada no rio, em outubro de 1963, quando ficou em 13,64 metros.
Segundo o geólogo do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), Daniel Oliveira, a diminuição na média de descida pode representar uma desaceleração na vazante, mas só pode ser confirmado se o fato ocorrer durante as próximas duas semanas.
O rio Solimões, no medidor do CPRM, em Tabatinga, está com nível estabilizado já faz uma semana. No dia 9, o rio bateu o recorde da maior seca já registrada pelo órgão no Solimões: marcou 32 centímetros negativos, contra os dois positivos do recorde de 2005. Hoje, o nível registrava a marca de 76 centímetros.
Os municípios às margens do Solimões e seus afluentes que sofrem mais com a seca. Segundo a Defesa Civil, há 33 mil famílias isoladas por conta da estiagem nos 21 municípios que já decretaram situação de emergência no Estado. O órgão apresentou o plano de ajuda na semana passada e anunciou a compra de medicamentos, mantimentos e purificadores de água, mas o material ainda não foi distribuído. Segundo a assessoria de imprensa da Defesa Civil, o material ainda está sendo comprado.

Fonte: O Estado de São Paulo. Por LIEGE ALBUQUERQUE. Disponível em: <http://www.estadao.com.br/noticias/geral,nivel-do-rio-negro-cai-e-chega-a-1708-metros,616094,0.htm> Acesso em: 28 de set de 2010.

sábado, 18 de setembro de 2010

ALERTA: rio Solimões atinge taxas de até 32 cm negativos de nível de água

Pessoal ... este é um breve resumo da reportagem intitulada “ Rio Solimões tem nível mais baixo de água em 30 anos, diz CPRM” do Jornal “O Globo”.

De acordo com o Jornal “O Globo” de 11 de setembro de 2010, o rio Solimões apresenta o mais baixo nível de água dos últimos 30 anos (CPRM). Com isso, cidades já estão sentindo os efeitos dessa seca, principalmente devido seu isolamento.
De acordo com a Agência Nacional de Águas (ANA) além do rio Solimões, outros rios amazônicos estão sofrendo os efeitos da seca , como o rio Acce, o Negro, o Purus, etc.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Aziz Ab'Saber: Os problemas da Amazônia brasileira

Olá! Nesta postagem, fazemos referência à um texto de entrevista a Dario Luis Borelli, et al. de Aziz Ab'Saber intitulado "Aziz Ab'Saber: Os problemas da Amazônia brasileira" que aborda diversas questões relacionadas à Amazônia.
Especialmente no item "O problema da fertilidade dos solos" deste artigo há conteúdos muito interessantes relacionados às caraterísticas físicas do rio Solimões, indicando a rica fertilidade de seus solos, dentre outras informações. Abaixo, segue um pequeno trecho deste artigo, que pode contribuir para o melhor conhecimento deste rio.


"As planícies regionais do Solimões e do Amazonas possuem um dédalo de lagos, diques marginais, velhas restingas, velhos meandros com um pouco de areia em forma de restingas alongadas. Trata-se de um dédalo de lagos de diferentes tipos, alguns meio redondos e outros meio paralelos aos volteios de antigas restingas que ficam no centro da planície. O povo há muito tempo descobriu a fertilidade dos solos dessas planícies, assim como a constante possibilidade de pesca no rio Amazonas, nos riozinhos, igarapés e lagos.
Os informes sobre a Amazônia na década de 1940 possibilitavam avaliar uns quatro milhões de pessoas, dos quais dois milhões e meio moravam ao longo da planície por causa da fertilidade e da oferta de recursos. Isso me agradou profundamente saber, mesmo porque o quadro de hoje é extremamente mais complexo depois da invasão capitalista da Amazônia, a qual não foi bem estudada geograficamente, mas que a gente pode rever.
Também queria dizer que a razão de ser dessa fertilidade excepcional da planície, apesar dos dédalos dos lagos, está relacionada com o trânsito dos sedimentos que vêm desde os Andes ou pré-Andes, atravessando várias regiões de formações geológicas, sedimentares etc., e depois vão correndo e acrescentando os sedimentos de formação, retirados das pequenas barreiras, que, no caso, seriam falésias fluviais, de onde eram retiradas argilas e areias, que vão se misturando aos sedimentos que vêm de longe através de um complexo processo de comércio de sedimentação aluvial. Isso foi bem estudado e bem exposto pelo professor Wolfgang Junk, que é um dos grandes estudiosos da Amazônia.
Existe uma grande diferença entre os solos das planícies de rios afluentes e o conjunto de solos da faixa aluvial Solimões-Amazonas. Na realidade, os mais ricos solos de toda a Amazônia, que se destacam em relação aos imensos setores de solos mais pobres, constituem uma grande exceção. Convém lembrar que, apesar dos mosaicos de lagos, furos, igarapés e paranás-mirins, foi essa planície aluvial extensa o primeiro conjunto de solos úteis para as populações amazônidas tradicionais, por meio de cultivo tipo vazante, criação de gado bovino e pesca em todas as correntes e massas fluviais. Lembro que alguns técnicos mal preparados para entender a importância popular das chamadas várzeas amazônicas, em termos de sobrevivência de populações ribeirinhas, pressionavam empresários e governantes para fazer grandiosas plantações de arroz no espaço total das planícies. Uma proposta que demonstra uma lamentável falta de compromisso com o social regional.
Embutido em vastas áreas de tabuleiros ondulados e baixos platôs, o curso d'água do Solimões-Amazonas, através de seus transbordes atuais e subatuais, conforma uma planície aluvial de 15 a 20 km de largura, em média, sendo que o grande rio apresenta, ele próprio, uma largura de 4 a 5 km, de forma que entre a largura do rio e a extensão lateral das planícies existe uma relação de apenas um para quatro, ou, eventualmente, um para seis. Portanto, aquilo que o povo da Amazônia chama de várzea, não é tão largo e tampouco homogêneo devido ao dédalo de lagoas, furos, igarapés e paranás-mirins" (AZIZ AB'SABER, 2005).


Referências: AB´SABER, Aziz. Problemas da Amazônia brasileira. Estudos Avançados vol. 19, n° 53, São Paulo, IEA-USP, janeiro-abril 2005.Disponível em:http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-40142005000100002&script=sci_arttext&tlng=pt

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Proposta para identificação rápida dos períodos hidrológicos em áreas de várzea do rio Solimões-Amazonas nas proximidades de Manaus

Olá pessoal,

achamos interessante esse artigo que aborda a importância dos recursos hídricos, especificamente o caso do rio Solimões (AM). Segue abaixo o resumo e o link para acesso ao trabalho completo! Boa leitura!

A variação periódica do nível das águas é o principal fator que determina a comunidade de organismos aquáticos presente em rios complanícies alagadas. Muitos estudos na Amazônia são desenvolvidos nas várzeas próximas à cidade de Manaus, mas, comparações entre essas informações são dificultadas pela ausência de padronização na denominação das diferentes etapas do ciclo de cheia-seca. Este trabalho teve como objetivo a identificação e a padronização da nomenclatura das diferentes fases do ciclo hidrológico para possibilitar análises que envolvam resultados de mais de um ano e de mais de um local. Os dados do nível da água do rio Negro, coletados no porto de Manaus foram utilizados para o desenvolvimento da metodologia. São propostos valores da cota do rio Negro para limitar os quatro períodos hidrológicos (enchente, cheia, vazante e seca) e definir a intensidade da cheia e da seca. O número de dias de cada um dos períodos hidrológicos foi obtido e foi estimada a duração para períodos considerados típicos, longos e curtos. Considerando que modificações abióticas e bióticas do meio estão relacionadas com as mudanças no nível da água, a identificação e a padronização da nomenclatura dos períodos hidrológicos mostraram-se extremamente úteis para uma primeira análise de informações biológicas dos organismos da várzea.

BITTENCOURT, M. M.; AMADIO, S. A. Proposta para identificação rápida dos períodos hidrológicos em áreas de várzea do rio Solimões-Amazonas nas proximidades de Manaus. ACTA AMAZONICA, VOL. 37(2), 2007, p. 303 - 308. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/aa/v37n2/v37n2a19.pdf. Acesso em 14 de setembro de 2010.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Área do Encontro das Águas será tombada


Olá pessoal!
A reportagem abaixo se refere ao possível tombamento do encontro das águas do rio Solimões. Achamos interessante a postagem desta notícia do jornal Estadão, pois nos faz refletir sobre diversas temáticas correlacionadas, como por exemplo, a valoração do patrimônio natural, as políticas de proteção ambiental adotadas em nosso país, e a importância da salvaguarda e das políticas de conservação do patrimônio natural.


Os 30 quilômetros quadrados no entorno do Encontro das Águas (onde as águas escuras do Rio Negro misturam-se às barrentas do Rio Solimões, formando o Rio Amazonas) foram delimitados como área a ser tombada como Patrimônio Histórico Nacional pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
O estudo com a delimitação do espaço será enviado a Brasília na próxima semana e uma reunião do Conselho do órgão, no fim do mês, concluirá o processo, iniciado há dois anos. 
A área delimitada abrange a Ilha de Xiborena, a comunidade Terra Nova, os bairros Mauazinho e Colônia Antonio Aleixo, o Lago do Aleixo e matas próximas. Nessa área está sendo construído o Porto das Lajes, obra paralisada há dois meses pelo Ministério Público Federal por conta de pendências no licenciamento ambiental. 
Segundo o superintendente estadual do Iphan, Juliano Valente, mesmo que a delimitação do tombamento abranja a área da obra do Porto das Lajes não significa que a construção será automaticamente inviabilizada. “Ao ser definido como patrimônio histórico, qualquer construção na área tem de passar agora não só pelo órgão ambiental, mas também pelo crivo do Iphan e, se responder às exigências, vai ser aprovada”, afirmou.
A construção do Porto das Lajes está embargada por pendências com o estudo de impacto ambiental exigido pelo Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam). “Acreditamos que após essa pendência não teremos dificuldades em ter a aprovação do Iphan para continuar a obra”, afirmou Laurits Hansen, diretor da empresa responsável pelo porto, a Lajes Logística. “Nosso temor é que pedidos ao Iphan de construção dentro desse mapa de 30 quilômetros quadrados não sejam analisados pela sociedade. Não vemos como permitir a construção de um porto que não prejudique um patrimônio histórico, com barulho, óleo derramado e constante vai e vem de navios”, disse Ademir Ramos, da ONG SOS Encontro das Águas.

Fonte: Estadão. Disponível em: http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,area-do-encontro-das-aguas-sera-tombada,604214,0.htm. Acesso em: 07/09/2010.

sábado, 4 de setembro de 2010

Usuários do rio São Francisco começam a pagar pelo uso da água

Mais uma matéria do Estadão publicada neste dia 02:

Os usuários do rio São Francisco, e outros rios de domínio da União da bacia, começaram a pagar pelo uso da água - conforme prevê a Lei nº 9.433/97, segundo informou a Agência Nacional de Águas (ANA), do Ministério do Ambiente.
Passam a pagar pelos recursos hídricos quem capta mais de quatro litros por segundo (14,4 metros cúbicos por hora) como, por exemplo, companhias de saneamento, indústrias, irrigantes e o Projeto de Integração do Rio São Francisco com as Bacias Hidrográficas do Nordeste Setentrional (PISF). Também estão sujeitos à cobrança os usuários que fazem lançamentos de efluentes nos rios federais da bacia.
Os boletos de 2010 já foram distribuídos e a ANA iniciou em agosto a arrecadação, estimada em R$ 10 milhões até o fim do ano, tendo em vista que o valor cobrando corresponde ao período entre julho e dezembro. Estão inseridos na bacia do São Francisco os estados de Alagoas, Sergipe, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Goiás e o Distrito Federal.
Os recursos serão arrecadados pela ANA e repassados integralmente à bacia do São Francisco, onde vão ser aplicados em ações de recuperação da bacia.
As ações de recuperação da bacia serão definidas pelos membros do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), com base nos programas, projetos e obras previstos no Plano de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do São Francisco.


Fonte: Estadão. Disponível em: http://www.estadao.com.br/noticias/cidades,usuarios-do-rio-sao-francisco-comecam-a-pagar-pelo-uso-da-agua,604321,0.htm Acesso em: 04/09/10

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Nestlé monta supermercado flutuante

Boa tarde,

Indo ao encontro do que foi discutido na aula de Gestão de Recursos Hídricos no dia 01 de setembro de 2009, segue uma reportagem de Naiana Oscar, publicada pelo jornal Estadão no dia 18 de junho deste ano. 

Nestlé monta supermercado flutuante
Barco vai oferecer cerca de 300 produtos da marca para a população ribeirinha da Amazônia

Flutuar para conquistar novos clientes. A ideia foi adotada primeiro pelo Bradesco, que criou no ano passado uma agência fluvial. A Caixa Econômica Federal já abriu licitação para contratar um barco. E ontem, a Nestlé, maior empresa de alimentos do mundo, inaugurou um "supermercado flutuante" para atender as comunidades ribeirinhas da Amazônia. Um barco todo envelopado com a logomarca da companhia deixou o porto de Belém com destino a outras 18 cidades do Pará. Nas prateleiras, apenas produtos Nestlé - de papinha para criança e sorvetes até ração para cachorro. 
A empresa investiu cerca de R$ 1 milhão nesse projeto e espera que cerca de 800 mil pessoas por mês passem pelo "supermercado". O barco vai navegar pelo Rio Pará passando por 18 cidades diferentes. Ele vai ficar parado um dia em cada uma delas. 
A iniciativa faz parte do programa "Nestlé até você" e tem como objetivo atingir um público de classes C, D e E. "Queremos entender e ter mais contato com o consumidor de baixa renda, com produtos diversificados e canais diferentes de venda", disse Alexandre Costa, diretor de regionalização da Nestlé Brasil. 
Os ribeirinhos também atraíram os bancos. Essa população passou a ser alvo desde o ano passado de projetos de inclusão bancária. O Bradesco iniciou no ano passado a operação da primeira agência flutuante. No trajeto de 1,6 mil quilômetros pelo Rio Solimões, o barco passa por 11 municípios que abrigam cerca de 50 comunidades ribeirinhas, com população de 210 mil pessoas. A Caixa Econômica está contratando um barco para fazer o mesmo. 
Baixa renda. Desde 2001, a Nestlé vem desenvolvendo medidas voltadas para as classes C, D e E, que representam 82% do consumo de alimentos no Brasil. A regionalização é uma delas. Mas a iniciativa mais emblemática da empresa nesse sentido começou em 2006, com a venda porta a porta, por meio de um projeto de inclusão social e de geração de renda. A Nestlé seleciona as vendedoras em regiões carentes, capacita essas pessoas e faz com que elas ajudem a empresa a chegar até esse público.
A companhia investe cerca de R$ 40 milhões em projetos sociais. No ano passado, a multinacional teve um faturamento de R$ 16,5 bilhões, com 30 fábricas espalhadas pelo País. A empresa faz planos de investir cerca de R$ 1 bilhão no Brasil neste ano.