quinta-feira, 25 de novembro de 2010

A água engarrafada é melhor que a água de torneira?


Vários estudos ao redor do mundo apontam que nem sempre a água que bebemos das garrafas e galões tem qualidade melhor que a água que recebemos do abastecimento público, seja com contaminações provenientes das fontes ou até mesmo dos resíduos químicos das embalagens.
Nem toda a água que compramos em garrafas é mineral, ou seja, aquela que tem teor de vários minerais presentes na água e pela sua pureza e riqueza de minerais não podem receber nenhum tipo de tratamento. As garrafas e galões podem ter água natural (água potável que não recebe tratamento) ou até mesmo água potável proveniente da rede de abastecimento público, a mesma que recebemos da nossa torneira.
Ao comprarmos água engarrafada, temos que prestar atenção nas informações descritas nos rótulos para sabermos a sua procedência e também atentarmos para condições de armazenamento. A água engarrafada pode perder sua qualidade ou até mesmo ser contaminada se a indústria envasadora não seguir as leis e normas rígidas de segurança e higiene. Isto pode acontecer quando as fontes de água não estão protegidas e a sua vulnerabilidade pode ser agravada pela degradação ambiental, equipamentos mal cuidados, vasilhames sujos (principalmente os retornáveis, como os galões de 20 litros). Lembre-se: antes de ir para sua casa, o mesmo vasilhame pode ter passado por diversos outros lugares, casas, escritórios, consultórios ...
A extração de água para engarrafar pode ocasionar alterações das condições de carga e recarga dos sistemas aqüíferos, além de agravar problemas sociais em localidades onde a água potável não chega para todos.
Outra questão importante quanto ao consumo de água engarrafada, é o meio ambiente. Imagine a quantidade de plástico que é descartada na natureza e também a quantidade de gases que são liberados na atmosfera para a produção do PET. Veja alguns números: a produção de 1 quilo de plástico PET requer 17,5 kg de água e resulta em emissões atmosféricas de 40 gramas de hidrocarbonos, 25 gramas de óxidos sulfúricos, 18 gramas de monóxido de carbono, 20 gramas de óxido de nitrogênio e 2,3 kg de dióxido de carbono. Só em termos de uso de água, a quantidade gasta na fabricação das garrafas é muitas vezes maior do que a quantidade a ser envasada.
E quanto ao transporte e à distribuição, a grande diferença entre a água engarrafada e a água da torneira vem da queima de combustíveis fósseis no seu transporte por caminhão, trem ou navio, em lugar de tubulações.
Portanto, ao comprar água engarrafada pense nas suas implicações e não se esqueça que existem bons serviços de abastecimento público de água e que em Belo Horizonte recebemos uma água de boa qualidade. Entretanto, é importante lembrar que como temos o hábito de armazenar a água em reservatórios domiciliares, a limpeza periódica e cuidados com a higiene dessas caixas de água auxiliam a garantia da qualidade da água até as torneiras.
Pesquise, pergunte e leia, para entender e garantir seus direitos como cidadãos, pois as companhias que prestam o serviço de abastecimento público têm que apresentar relatórios periódicos quanto à qualidade da água que oferecem. As águas engarrafadas são consideradas como alimento, então as indústrias envasadoras devem ser fiscalizadas pela ANVISA. Fique atento!
Além disto, a legislação que rege a extração de água para engarrafar precisa de urgente atualização. Mas isto é assunto para outro texto...
Acesso:25/11/2010

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